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Foto do escritorWineemotion

O Mundo da Rolha

"O número de cortiças produzidas anualmente em todo o mundo

daria para completar 15 voltas ao redor da Terra."


Proveniente da casca do Sobreiro, árvore da família do carvalho, a cortiça é produzida em grande parte na Península Ibérica, o equivalente a 2/3 da produção mundial.

O processo é longo. A primeira retirada de cortiças deve ocorrer a partir dos 15 anos, sendo que o decortiçamento é realizado a cada 9 anos, aproximadamente, mas é só a partir da terceira leva que passa a ter qualidade para a produção de rolhas naturais. 


Fonte: APCOR

O método de descortiçamento não destrói árvores pois há uma autorregeneração, porém, para não danificá-la, é necessário habilidade manual e muita experiência. Quanto maior é a placa retirada, maior é o seu valor econômico. Essa placa passa por processos de limpeza e higienização para, enfim, serem formadas as rolhas. 

Fonte: APCOR


Seguindo a tendência ecológica, já existem, mundialmente, programas para o reaproveitamento das rolhas naturais, como Green Cork, reCork, Recyclage, Recycork... elas são lavadas e trituradas para serem reutilizadas para um outro fim comercial, como sapatos, pisos, decoração. No Brasil, o processo de reciclagem ainda é embrionário. A iniciativa "Projeto Reciclagem de Rolhas", recém lançado pela parceria do Grupo Pão de Açucar com a Corticeria Paulista, empresa localizada em Jundiaí-SP, engloba essa preocupação ambiental, com as rolhas sendo coletadas pelo Pão de Açucar Adega, em SP, e recicladas pela Corticeria Paulista.


Nos dias de hoje, há um maior consumo de vinho que produção de cortiça, chegando ao valor de 2 dólares as de alta qualidade. O que levou ao crescimento e produção de outros tipos de rolhas.


Conheça as características de alguns tipos de rolhas
  • Rolha de Cortiça Natural - de melhor qualidade, feita só de cortiça. Com micro-oxigenação e estrutura para envelhecer o vinho. Alta longevidade e elasticidade, porém vulnerável à contaminação por TCA (em torno de 5%).

  • Rolha Aglomerada - mais barata, feita de cortiça moída com cola, que pode interferir nos aromas dos vinhos. Para evitar interferências, adicionam uma superfície de cortiça maciça onde a rolha fica em contato com o vinho.

  • Rolha Sintética - mais barata e não vulnerável à contaminação por TCA. Ainda sofre resistência por alguns enófilos e a durabilidade ainda não é comprovada. Podem ser feitas de plástico ou de silicone. Para vinhos de consumo mais imediato.

  • Tampa de Rosca - baixo custo, também não vulnerável ao TCA e longevidade ainda não comprovada. Feita de alumínio, totalmente reciclável, cuja durabilidade pode ser mais longa dependendo do material utilizado e dos processos de produção e aplicação na garrafa. Usada para vinhos brancos e mais jovens.


E como não fazer feio nos restaurantes?

Aprimore os seus sentidos visuais e olfativos das informações que a rolha pode te dar.


Atenção para aromas defeituosos e eventual desenvolvimento do TCA (tricloroanisole), fungo responsável por um odor/sabor desagradável. Uma rolha esverdeada com odor mofado provavelmente está estragada. Apesar de não causar danos à saúde, a sua percepção é intragável e o termo conhecido é vinho bouchonée, com gosto e cheiro de papelão molhado, mofo. Uma das maneiras de diminuir a formação é a não utilização de cloro no processo de lavagem das rolhas, um dos produtos para formação do composto químico TCA.

Se a rolha tiver infiltrada de vinho em toda extensão ou tiver vazado, pode ter entrado ar e oxidado o vinho, com um odor característico de vinagre, acetona. Se a rolha estiver ressecada e esfarelada, também deve servir de alerta para a conservação do vinho.



Cheirar a rolha entregue pelo garçom ajuda? Pouco. O TCA e os aromas, bons e ruins, são melhor sentidos na taça mesmo. Então, naquele momento, olhar a rolha é o mais importante!


Fonte: www.apcor.pt

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